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Reflexões Astrológicas

Correspondências Astrológicas

Desde criança me interessava por assuntos astrológicos.

Essa classificação ancestral e aparentemente verificável das pessoas, entre 12 arquétipos, popularmente conhecidos como signos, me atraia como o viajante perdido que encontra um mapa, do nada, durante o trajeto.

Encontrar ordem em meio ao caos é sempre um alento.

Além das revistas que minha mãe comprava, e alguns almanaques (era a década de 80/90, gente) onde tive os primeiros contatos com textos astrológicos, lembro de quando ela, minha mãe, ganhou um presente que era uma plaquinha de madeira com as características de seu signo – Libra.

Depois, lembro de ter vindo parar na minha mão a trilogia d’O Mistério dos Signos da Disney. Incrível como estas influências ficam pra sempre em nós.

Com o tempo, em vez desse interesse se desfazer, só aumentou, em especial com a internet, e com algumas pessoas chave com quem convivo, que me mostraram que a astrologia é digna de estudo.

Hoje, talvez um pouco tarde já, conclui meu primeiro curso de astrologia, e comprei uma dezena de livros para me aprofundar no assunto.

Tenho lido esses livros e estudado muito o assunto de forma aprofundada, e como me é natural, surge uma necessidade de catalizar o que aprendi para fixá-lo. Essa catarse sempre me ocorreu através da escrita, e cá estou eu, utilizando este site para fixar alguns conhecimentos, e, ao mesmo tempo, compartilhá-los com quem se interessar, através desta ferramenta magnífica que é a rede mundial de computadores.

Neste que considero meu terceiro quinto texto sobre o assunto, quero abordar algumas visões particulares sobre a interpretação de mapas astrais. Os textos aqui publicados sob este tema não são para leigos, são para estudiosos de astrologia mesmo.

E estas minhas colocações abaixo são especulativas. Não tenho certeza sobre elas, porém têm me ajudado a compreender melhor os mapas que tenho analisado. Se você é estudioso e entende de forma diferente, continue reforçando e aprimorando seu próprio modo de interpretar Mapas Astrais.

Correspondências astrológicas

Casas vazias

Exemplo de Mapa Astral
Exemplo de Mapa Astral

Algo que sempre chama muita atenção nos mapas astrais são as casas astrológicas sem planetas. Dá uma tristeza ver aqueles espaços sem projeção. Costuma-se atribuir a essas casas à regência do signo que está em sua cúspide. É uma possibilidade de interpretação, mas acredito que é possível ser mais objetivo.

Todo astrólogo admite que os focos vibracionais num mapa são os planetas; que os signos onde estão os colorem, e as casas onde estão, situam tais vibrações em áreas práticas da vida. São eles, os planetas, que representam no mapa nossas distintas vibrações pessoais. E são os planetas que regem os assuntos dos signos e das casas. Então se você tem uma casa 3 vazia, por exemplo, a casa da comunicação pessoal entre outros temas, em vez de ficar debruçado tentando mesclar os significados dessa casa e os signos que estão sobre ela, foque em Mercúrio. É este planeta que rege os assuntos da casa 3, bem como da 6, de Gêmeos e de Virgem.

Tem o signo de Capricórnio ou a casa 10 vazios? Será que não alcançará nenhuma projeção profissional? Claro que não. Veja onde está Saturno. Saturno é muito temido na astrologia popular, mas ele é apenas o regente do térreo Capricórnio, e do aéreo Aquário (junto a Urano). Como regente de Capricórnio, Saturno nada mais é do que o representante do modo (signo) e da área prática (casa) da nossa atuação profissional – das áreas da vida nas quais enfrentamos desafios e nos aprimoramos constantemente até chegar ao topo da montanha.

Saturno é visto simploriamente como o planeta do limite, mas acho que essa é uma interpretação muito… limitada (rs). Qualquer planeta mal aspectado pode trazer sérios problemas, porém, se bem aspectado pode trazer grande fluência. Com Saturno não é diferente, ele é na verdade aquilo que levamos a sério, representa os assuntos em que assumimos responsabilidades, isto é, justamente a área profissional da nossa vida.

Você pode contestar: Ah, mas e a casa 6, e a casa 2? Ora, essas casas, através de seus regentes matizados pelo elemento Terra, complementam nossa atuação profissional, afinal, em seu trabalho você usa seu intelecto – Mercúrio – e também se relaciona com as coisas e pessoas – Vênus.

Planetas Regentes

A regência de signos e casas às vezes é equivocadamente passada como se houvesse um fio invisível ligando uma casa ou um signo ao seu planeta regente. Na verdade, não existe.

O que existe é uma projeção de assuntos. Em termos de Astrologia tradicional, Júpiter rege Sagitário e Peixes, e portanto, a casa 9 e 12. Mas não há um fio invisível ligando Júpiter a estes 4 pontos do mapa. O que existe é uma projeção dos assuntos de Júpiter combinados com o elemento Fogo, para Sagitário e sua respectiva casa; e uma projeção dos assuntos jupterianos combinados com o elemento Água, para Peixes e sua casa.

Neste sentido, até entende-se melhor, e aceita-se com mais facilidade as novas regências. Não há problema algum em ter Netuno como regente de Peixes, porque não temos que escolher qual planeta que realmente tem um fio invisível ligado com Peixes, e sim, que os assuntos Netunianos e os assuntos Piscianos “batem”, se correspondem, portanto, um Netuno forte no mapa (fazendo aspectos com planetas pessoais) estará claramente reforçando e direcionando suas vibrações piscianas, por mais que o signo de Peixes ou a casa 12 estejam sem planetas.

A má compreensão do fundamento das regências torna muito confuso interpretar uma casa 12 vazia com base em seu signo de cúspide, ou o signo de Peixes regendo qualquer outra casa vazia. O que se tem é uma salada de vibrações incompreensíveis e intraduzíveis, para o leigo.

Porém, ao se focar no planeta regente, tem-se muito mais clareza sobre o assunto tratado pelo planeta. Porque um resumo possível para a relação entre planeta, signo e casa, poderia afirmar que um planeta, seu signo regido, e sua casa regida, são o mesmíssimo princípio, porém atuando em níveis diferentes. O planeta é o o que, o signo é como, e a casa é onde. Sem o o que, o como e o onde não fazem muito sentido.

O Regente do Ascendente é o Regente do Mapa

Se os signos na cúspide de uma casa são menos importantes do que o planeta que a rege, então como ficam as casas angulares? Como interpretar um Asc em Câncer, por exemplo?

Ora, da mesma forma. Há na Astrologia um segmento da interpretação que se chama Regente do Mapa, que nada mais é do que o regente do Ascendente.

Uma pessoa que tenha Câncer como Ascendente, especialmente se tiver a Casa 1 vazia, deve primordialmente analisar onde está sua Lua – regente de Câncer – para compreender aprofundadamente seu regente.

O regente do signo Ascendente da pessoa acaba se tornando tão importante quanto os outros dois luminares, Sol e Lua. Se a pessoa tem Ascendente em Câncer ou Leão, cujos regentes são, respectivamente, Lua e Sol, então este luminar que rege o Ascendente torna-se ainda mais fundamental para ela.

Compensações e equivalências vibracionais

Há outra situação que se repete muito nos mapas. Eu chamaria de compensações ou equivalências vibracionais.

Há aspectos astrológicos diferentes que espelham comportamentos semelhantes nas pessoas. Por exemplo, uma tem sol em Leão e Mercúrio em Virgem. A outra tem sol em Virgem com Mercúrio em Leão. Evidentemente as sutilezas e outros detalhes do mapa podem diferenciar bastante estas duas pessoas, porém o resultado final, considerando alguma paridade entre esses dois mapas, é o mesmo: Uma expressão pessoal intensa matizada por certo detalhismo.

Outro exemplo de equivalência que leva a resultados semelhantes: Lua Quad Saturno, Lua Opos Saturno, Lua em Capricórnio, Saturno em Câncer. São configurações que demonstram uma tensão entre vibrações distintas, no caso, as lunares e saturnianas. Podem revelar (aqui dito de forma bem simplificada, para fins de entendimento) uma necessidade de se estruturar ou disciplinar as próprias emoções, quando Saturno estiver mais forte que a Lua, ou de se relaxar a rigidez emocional, caso a Lua esteja em melhor condições. O fato é que qualquer contato entre Lua e Saturno sugere a necessidade de se alcançar equilíbrio emocional.

Conclusão

Após aprofundar meus estudos em Astrologia, me vejo recorrentemente perdido e confuso em meio a infinidade de nuances possíveis sobre a infinidade de posições astrológicas possíveis.

Focar a análise do Mapa Astral nos Planetas torna a tarefa mais objetiva e simples, porque concentra os esforços justamente no que é importante. Uma casa vazia na verdade é irrelevante, porque todas as vibrações que dizem respeito a ela estão focalizadas em seu regente natural, e a posição dele no mapa.