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Astrologia Arquetípica

Um segmento muito pouco tratado em Astrologia, especialmente nos canais do Youtube de astrólogos que compartilham conhecimentos astrológicos – alguns canais muito bons, a propósito –  é o que entendo por Astrologia Arquetípica.

Evidentemente, uma vez que a astrologia é intrinsecamente fundamentada sobre arquétipos relacionados a características humanas, então toda astrologia é arquetípica. Porém os arquétipos normalmente citados são ao mesmo tempo abstratos e simplistas: Sol é consciência, Lua é emoção, Mercúrio é comunicação

A astrologia arquetípica que trago aqui é mais objetiva e plenamente verificável. É uma visão simples, até, embora se desdobre de forma abstrata para uma correspondência entre nossas camadas (ou personagens) interiores e os personagens (camadas?) exteriores da nossa vida. Seria algo como uma “Astrologia Social”, ou “Astrologia Relacional”. Continue e você entenderá:

Nesta visão, o Sol no nosso mapa não fala somente da nossa consciência, mas fala especialmente sobre como interagimos com a figura do nosso Pai.

A Lua, não trata somente do nosso lado emocional, instintivo e reativo, mas fala também sobre como interagimos com a figura da nossa Mãe.

Mercúrio não trata somente do nosso intelecto, mas também da nossa relação com irmãos.

Para um homem, Marte representa seu próprio lado Homem, masculino, sexual, e como ele interage com outros homens. Exemplo rápido: Tenho Marte em Sagitário e todos os meus amigos homens vieram de longe e manifestam amplo interesse filosófico pela vida. Para uma mulher, Marte mostra o tipo de homens pelos quais ela se sentirá atraída.

Para uma mulher, Vênus trata de seu lado Mulher, feminino, afetivo e como ela interage com outras mulheres. Para um homem, Vênus em seu mapa mostra o tipo de mulher que lhe despertará profundo interesse.

Saturno trata num mapa astral de figuras de autoridade na vida da pessoa: Autoridades instituídas, Agentes governamentais, Patrões, Chefes etc.

E Júpiter, por fim, demonstra figuras de caráter professoral: Professores, Padres, Filósofos, Gurus espirituais, Juízes, Viajantes etc.

Correspondência

E sob esta visão, aqui surge algo que tem se mostrado para mim, fantástico e de difícil explicação: O modo como estes personagens externos da nossa vida têm uma ligação espelhada e absolutamente correspondente, com nossas diferentes camadas internas já muito bem tratadas pela Astrologia Esotérica convencional, resumida a seguir de forma super simplificada:

Sol é nosso Pai, mas também nossa consciência e Ego;

Lua é nossa Mãe, mas também nossa emoção e reação instintiva em busca de segurança;

Mercúrio é nossos irmãos, mas também nosso intelecto e comunicação (e cabe aqui observar a importância da convivência com irmãos (ou pelo menos outras crianças) na infância para nosso desenvolvimento mental);

Marte é o homem e sua relação com outros homens, mas também sua força e energia pra enfrentar a vida.

Vênus é a mulher e sua relação com outras mulheres, mas também seu afeto, sentimentos, gostos e valores.

Júpiter é figuras de poder positivo, mas também nossas qualidades mais desenvolvidas e expandidas.

Saturno é figuras de poder restritivo, e também nossos aspectos sub-desenvolvidos e limitações.

Analise o mapa de pessoas próximas ou seu próprio mapa com este enfoque arquetípico. Veja como sua relação com os personagens da sua vida se sucede com base na situação de cada planeta no mapa.

Observe como um “mapa astral” é também como uma arena (ou o palco de um teatro) onde estes personagens acima citados interagem. Quadraturas e Oposições revelam interações difíceis. Sextis e Trígonos revelam interações fluentes. Conjunções somam as energias criando personagens com múltiplas faces.

Observe como Hermes Trimegisto estava correto não só ao afirmar que o que está embaixo é igual ao que está em cima, mas também estava correto ao afirmar que o que está fora é igual ao que está dentro.

E os planetas exteriores?

Depois que eu comecei a estudar astrologia mais a fundo e participar de grupos sobre o assunto, foi que me dei conta que tem muitos astrólogos que optam por estudar Astrologia Clássica – ou Helênica. E nesta astrologia, eles nem consideram os três planetas exteriores – Urano, Netuno, Plutão e nem outros dois pontos que para mim são super importantes num mapa que são Kiron e Lilith.

Estes 5 pontos astrológicos para mim são definidores num mapa, especialmente quando estão em conjunção com algum dos 7 planetas pessoais.

Evidentemente, falar de como cada um deles pode atuar numa interpretação Arquetípica daria um texto enorme, por isso, para fins de explanação, resumirei a ação deles num mapa através de palavras-chave.

Estes 5 pontos não atuam, no meu entendimento, na Astrologia Arquetípica como arquétipos de personagens específicas, outrossim, atuam atribuindo qualidades específicas aos Arquétipos representados pelos 7 planetas pessoais, quais são:

Urano – Mudanças Súbitas, Não-convencional, Surpresas, Acidentes, Eletricidade, Eletrônica, Inovação, Astrologia.

Netuno – Inspiração, Transcendência espiritual ou religiosa, Enganos, Ilusão, Confusão, Líquidos, Química, Drogas.

Plutão – Intensidade, Poder, Rupturas drásticas, Traumas, Transformações, Morte física, Mecânica, Metais, Siderurgia.

Kiron – Ferimentos emocionais e a sugestão / possibilidade de curar-se ajudando os outros a curarem-se do mesmo mal.

Lilith – O que está oculto, sombrio, mal-resolvido.

A partir de então, é só ir montando o quebra-cabeça, dando especial atenção para conjunções – eu realmente ainda não encontrei clareza no entendimento de questões que envolvem estes 5 pontos aqui comentados e os outros aspectos astrológicos, os quais me parecem “funcionar” de forma mais verificável entre os planetas pessoais.

Exemplos:

Vênus conj Lilith = Algo relacionado a uma mulher oculta (relacionamento proibido etc).

Marte conj Plutão – Homem muito poderoso (podendo envolver mortes etc)

Urano conj Sol – Um Pai que agia na sociedade de forma não convencional. Interesse por Eletrônica e Astrologia (oi?)

Netuno conj Ascendente – Uma forte abertura mediúnica.

Enfim, só com essas informações já dá pra “brincar” bastante no próprio mapa astral ou de conhecidos. Lembrando que isso é um resumo do resumo e estudo é pré-requisito para melhorar nossas interpretações astrológicas.

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Reflexões Astrológicas

A origem das Influências Astrológicas

Um dos grandes mistérios da Astrologia diz respeito a origem das energias que influenciam a personalidade humana e os eventos de sua vida, de acordo com a posição que alguns astros do sistema solar ocupam na esfera celeste, e também de onde vem a correlação entre os planetas e nossos arquétipos internos.

Por exemplo, por que uma pessoa com Sol / Mercúrio em Gêmeos costuma ser tão falante? Por que uma pessoa com Lua em Capricórnio se sente tão insegura?

Costuma-se dizer que as energias arquetípicas que moldam as personalidades humanas vêm dos astros celestes e das estrelas que compõe as 12 constelações do zodíaco.

Mas essa explicação não faz muito sentido, especialmente no caso das constelações.

Primeiramente porque atualmente as constelações reais, aquelas que estão no céu noturno quando você olha pra ele, estão 24º para trás em relação às efemérides dos mapas astrais atuais, as quais foram estabelecidas no período helênico e associadas desde então às estações do ano. As constelações do céu andam um grau pra trás a cada 72 anos. Porém, embora os astrólogos siderais discordem, aparentemente, os arquétipos da Astrologia Tropical continuam descrevendo muito bem os nativos.

Eu que o diga.

Em segundo lugar, atribuir os arquétipos às constelações não faz muito sentido porque as constelações são formadas por estrelas e aglomerações espalhadas pelo espaço sideral. A imagem abaixo descreve bem esta situação.

Estrutura tridimensional da Constelação
Estrutura tridimensional da Constelação

Para quem observa da Terra, uma constelação parece um joguinho estático de “ligue os pontos”, porém no espaço tridimensional, as estrelas estão espalhadas/distribuídas no sentido infinito e não possuem uma relação intrínseca entre si. Além de estarem hiper-distantes da Terra. A luz dessas estrelas / constelações que nos chegam hoje aos olhos saíram de lá há milhares e milhares de anos-luz.

Olhar para o céu noturno é olhar para o passado distante.

A verdade sobre as influências astrais

A verdade verdadeira sobre “as influências dos astros” na vida e personalidade humana é completamente desconhecida.

Os efeitos são plenamente verificáveis, qualquer astrólogo sabe disso. Mas as causas, admitamos, continuam desconhecidas.

Talvez os planetas do sistema solar, por sua enorme dimensão e relativa “proximidade” com o planeta Terra pudessem ter uma energia intrínseca que influenciasse a personalidade humana e alguns fatos de sua vida, e o ciclo lunar influenciando os ciclos fisiológicos femininos dá uma base para esta visão, mas… mesmo assim, como explicar o poder incontestável de um Plutão posicionado num mapa, para o bem ou para o mal, com seu diminuto tamanho (menor que a Lua) e sua improvável posição nos confins do Sistema Solar?

É certo que as energias arquetípicas existem e estão em algum lugar, e exercem inequívoca influência sobre a psique humana. Mas certamente subsistem em alguma dimensão insondável do universo, sendo planetas e constelações nada mais que pontos de referência para algo muito maior, complexo e indescritível.

 

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Humor Reflexões Astrológicas

Lua em Capricórnio – Da Melancolia ao Pragmatismo

Apesar do título, esse texto não é exatamente um texto astrológico.

É toda uma reflexão aleatória sobre SER alguém com Lua em Capricórnio.

A Lua muda de signo no céu a cada 2 dias e meio. Quando eu nasci, ela estava no signo de Capricórnio.

Diz o conhecimento astrológico, que esta é a pior posição de uma Lua, pois ela está oposta ao seu signo natural, Câncer, signo que eu, particularmente, ainda tenho interceptado – astrólogos entendem bem isso e, para os leigos, só adianto que não ajuda em nada.

Diz-se que se um planeta está no signo oposto ao que rege, que ele está exilado. No meu caso, portanto, estando no signo oposto ao que rege, posso dizer que “minha Lua” está em exílio.

A Lua, em nossa psique, representa nosso comportamento instintivo, emocional e reativo. Esta reação emocional ocorre diante de todos os fatos de nossa vida, sempre em busca de segurança e integridade, física e emocional.

Por representar nosso lado reativo, a Lua é considerada o ponto mais cármico em nosso mapa, ela traz consigo, junto aos outros três pontos por ela mesma gerados num mapa – Lilith, Nodo Norte e Sul, nossas memórias mais ancestrais.

Tendo-a exilada, portanto, um Lua em Capricórnio tende a ser uma pessoa profundamente insegura de si. Vive com aquela convicção íntima de que não encontrou seu lugar no mundo, e de que não precisava existir, e manifesta essa convicção mostrando-se excessivamente tímida, retraída, recolhida e emocionalmente inexpressiva.

Tirar fotos, e pior, publicar uma selfie é uma tortura psicológica.

É séria, mais por desconfiança, do que por falta de graça.

Na infância, ela é muito a própria lua.

Eu quando criança era quieto, passivo, concentrado em atividades manuais, não gostava de sair. Nas fotos, sempre sério, com um olhar ou distante, ou triste, ou apreensivo.

Morria de medo de gente, talvez beirasse o autismo; meu pai me chamava carinhosamente de bugre.

O Lua em Capricórnio quer se sentir poderoso e importante; no fundo quer se sentir validado, ou, mais especificamente, amado; o que ao mesmo tempo considera uma fraqueza vergonhosa.

Quer aquilo que condena; por isso nunca tem.

E, quando não consegue o amor que espera, mergulha numa melancolia birrenta e suicida.

E assim foi minha interminável adolescência.

Mas aí o tempo passa, ele vai amadurecendo e se agarrando a outros aspectos de seu mapa astral pra seguir respirando acima da superfície, pelas correntezas da vida.

Entretanto, a Lua em Capricórnio está sempre lá, se distanciando cada vez mais e congelando nesta incurável solidão íntima, construída sobre a mais e mais convicta sensação de fracasso e confusão.

Com o passar dos anos, o retraimento e a insegurança se amenizam. Ele vai percebendo, ao longo do tempo, que sempre consegue sair vivo de encontros sociais, nunca sem colecionar alguns micos a cada encontro… e até os micos vão perdendo importância na medida em que ele vai se dando conta de que modo geral as pessoas só se preocupam consigo mesmas o tempo todo e que… se alguém se dá o trabalho de reparar na vida do Lua em Capricórnio é porque pior que ele e nem merece consideração.

Daí que no lugar do retraimento, tomam espaço o extremo desconforto pessoal diante de todo sentimentalismo ou ilusão a que as pessoas se apegam.

Aliás, a partir de certo tempo, todo o jogo social para ele não passa da mais ingênua ilusão.

Antes se impacientava, agora sente dó de quem dá festas que tentam parecer contos-de-fadas, ele simplesmente não consegue “comemorar” seu aniversário (comemorar o quê?), ele não entende como as pessoas se emocionam com jogos de futebol ou seus artistas “preferidos”, até um simples “bom dia” é capaz de te irritar profundamente, dependendo o momento (pois diria o romântico: nenhum dia é bom sem você, meu amor).

Ele evita pessoas dramáticas como vampiros evitam a luz do sol. Dramas lhe esgotam sua escassa energia lunar. Ele faz um esforço tremendo, para ainda considerar um pouco, momentos como o Natal, porque normalmente se passa em família, essa gente cujos laços ancestrais ainda balizam esses trajetos tortuosos, mas não sem passar por alguns calafrios quando alguém pronuncia o substantivo composto: “amigo-secreto”.

Para além disso, com seus óculos psico-dimensionais, para onde quer que olhe, ele não vê mais adultos fazendo suas coisas, e sim, crianças grandes com seus brinquedos ou atividades, querendo atenção, valorização e amor.

Antes acreditava que a vida é uma ilusão e feliz de quem pode se iludir.

Agora, nem se iludir ele quer. Se sente desconfortável ao ver os outros felizes satisfazendo as próprias fraquezas e ilusões. Quanto tempo, energia gastos à toa. Fraquezas e ilusões que bem no fundo ele gostaria de estar satisfazendo.

O Lua em Capricórnio se irrita com a própria fraqueza refletida nos outros. Se irrita ao ver os outros satisfazendo – ou tentando satisfazer – desejos românticos que ele mesmo tem e gostaria de estar satisfazendo; mas sabe que são desejos ilusórios e esta é a angústia.

“Não era pra ser assim; Não faz sentido; Devo ter nascido no mundo errado” devaneia o Lua em Capricórnio.

Ele já nem sofre com suas perdas – e elas foram muitas, porque a ilusão é do tamanho da insegurança e toda ilusão está fadada a tornar-se desilusão – porque ele já enxerga longe e sabe que aquilo que ele queria iria dar um trabalho desgraçado pra manter, fora o trabalho desgraçado que deu pra ele tentar conquistar – e não conseguir.

Nada define melhor essa postura do que o meme: “Quem me dera, Deus me livre.”

Porque aprendeu que… Na Prática, a Teoria é Outra.

Nada – nem ninguém – vale efetivamente a pena, e tudo que almejamos não passa de muletas existenciais para nos ajudar a suportar o fardo de termos pouca estima pelo que somos.

Do ponto de vista da eternidade, nossas vidas não passam de um breve piscar de olhos do universo, então para quê tanta luta? Ai mas estamos aqui para evoluir, responderia o espiritualista.

Não sei. Evoluir para quê, exatamente? Se tornar um anjo?  Ninguém me perguntou se eu queria evoluir. Eu não quero evoluir. Quero só ficar aqui quietinho sem me machucar muito, até morrer em paz.

As decepções, frustrações e fracassos vão tornando o Lua em Capricórnio, na vida, um infeliz utilitarista.

Para ele só vale a pena se mobilizar para as coisas práticas que coloquem comida na sua mesa, roupa no seu corpo e um teto sobre sua cabeça. Ele vai “passear” no Shopping ou no Camelô e sai de lá convicto de que se dependesse dele e de suas necessidades de consumo, 80% daquelas lojas iriam a falência. Boa parte das lojas atualmente não vendem produtos, nem resoluções. Vendem ILUSÕES.

Na noite ele não vê homens e mulheres buscando prazer e diversão, e sim, machos e fêmeas em rituais de acasalamento buscando reprodução. Observa as pessoas – homens e mulheres – afoitos buscando e pulando de relacionamento em relacionamento – e nada mais vê que seres sucumbindo a prazeres efêmeros; corpos subornados pela natureza, pagos com prazeres efêmeros, buscando, no final das contas, a reprodução.

Se render aos dramas e angústias existenciais costuma ser fatal, portanto, se há algo de bom em ser um Lua em Capricórnio, talvez seja a capacidade que vai lhe surgindo ao longo da vida, de tratar de temas assim tão funestos com analítica isenção, sem comover-se e sem mergulhar no abismo da melancolia (porque já quase se afogou nela durante o início da vida).

Corações mais sensíveis já teriam sucumbido sem chegar a este parágrafo.

Não estou triste, nem deprimido.

Apenas relatando a fria realidade das coisas…

…de que tudo é ilusão e que nada vale a pena.

***

Disclaimer

1 – Com exceção das músicas da Lana Del Rey, todas as músicas deste vídeo, caracterizadamente melancólicas, foram a trilha sonora da minha adolescência, período do qual não tenho a menor saudade.

2 – Embora a visão acima pareça pessimista, amargurada e ressentida, nada mais é do que uma visão pragmática e desprovida de ilusões.

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Aspectos Astrológicos

Outro segmento de um mapa astral que costuma ser interpretado de forma nem sempre funcional, são os aspectos, dentre os principais temos: Conjunção, Sextil, Quadratura, Trígono, Quincúncio e Oposição.

As escolas astrológicas contemporâneas são unânimes em afirmar que o que caracteriza um aspecto entre dois planetas é a geometria que ocorre entre eles e que, quanto mais precisa for a forma geométrica formada, mais forte o aspecto será.

Alguns astrólogos mais esotéricos ficam tentando encontrar padrões geométricos na mandala astrológica e dependendo das formas geométricas obtidas, chamam-nas de Aspectos de Poder.

Meu entendimento sobre aspectos tem mudado bastante.

O que tenho visto nos mapas que tenho analisado, é que o que caracteriza uma tensão ou fluência no mapa não é exatamente a precisão da forma geométrica obtida entre o posicionamento de dois planetas, e sim, a incompatibilidade dos elementos e qualidades respectivas aos signos nos quais os planetas estão.

Por exemplo, o que forma uma quadratura não é o aspecto de 90 graus que se forma entre dois planetas, e sim, o fato desses dois planetas estarem em signos cujos elementos não combinam entre si. Um Marte em Escorpião está em Quadratura com Mercúrio em Leão não porque o ângulo reto de 90º é chato, feio e bobo, e sim, porque o elemento Água de Escorpião não combina com o Fogo de Leão. Água apaga o fogo, fogo demais evapora a água.

Mas este Marte em Escorpião combinaria com um Mercúrio em Câncer – Trígono – Água potencializa Água – e combinaria também com um Mercúrio em Virgem – Sextil – Água traz vida para a Terra.

Não é uma questão de geometria. É uma questão de harmonia ou desarmonia entre vibrações primordiais.

Compatibilidade de Elementos

Só relembrando: Ar e Fogo combinam. Terra e água combinam. Ar e fogo não combinam com Terra e Água. E quando estou falando de ar, fogo, terra e água não estou me referindo a esses elementos fisicamente, e sim, à uma energia arquetípica espiritual e primordial, cujos elementos físicos são apenas símbolos (sempre é bom lembrar que falar de Astrologia é falar em linguagem abstrata e simbólica, a qual presume energias e vibrações sutis ainda não detectáveis pelos instrumentos humanos, embora plenamente verificáveis nos comportamentos das pessoas).

Na verdade, os quatro elementos espirituais básicos são os grandes protagonistas das vibrações sígnicas.

Aspectos por Signos, não por graus

Por isso mesmo podemos deduzir – e já percebi muito isso – que a harmonia ou desarmonia percebida entre dois planetas vai bem além dos 5º para mais ou para menos, normalmente estimados para a formação de aspectos. Tenho uma Vênus a mais de 10 graus de Saturno, porém no mesmo signo de Libra, cujos efeitos são poderosíssimos em minha vida.

A imagem que ilustra este post demonstra bem o que quero dizer: Um aspecto não é o ângulo entre planetas, e sim a posição angular do(s) signo(s) onde estes planetas estão.

Para mim, cada vez mais tenho me convencido que a melhor forma de lidar com aspectos não é pelo número de graus em que eles se constituem, e sim, a posição geral dos planetas nos signos, cuja extensão se aproxima a 30 graus. Um planeta a 5 graus de Aquário e outro a 25 graus de Touro podem muito bem apresentar efeitos de Quadratura, embora estejam a 110 graus de distância, aproximando-se de um trígono, uma vez que os arquétipos dos planetas estão atuando com base em energias elementais – Ar em Aquário e Terra em Touro – desarmônicas.

Semi-sextil, um aspecto importante, porém ignorado

O semi-sextil é considerado um aspecto menor e mais fraco. É considerado semi-sextil a distância aproximada de 30º entre dois planetas, ou seja, quando estão em signos subsequentes. O que nunca ouvi algum astrólogo observar é que os elementos correspondentes aos signos em sua sequência natural (áries, touro, gêmeos, câncer, etc) nunca combinam, porque sempre seguem a sequência – fogo (♈♌♐), terra (♉♍♑), ar (♊♎♒), água (♋♏♓) – isto é, apresentam desafios de quadratura.

Em tese, isto quer dizer que não há muita diferença, em termos dos desafios propostos pela incompatibilidade de elementos, entre uma quadratura entre planetas situados entre Capricórnio x Libra (terra X ar) e um semi-sextil Capricórnio x Sagitário (terra X fogo) ou, mais especificamente, entre Capricórnio x Aquário (terra X ar). Porque quando traduzirmos esses aspectos de exemplo para seus elementos básicos, teremos elementos incompatíveis, conforme relembrei acima no subtítulo Compatibilidade de Elementos.

Tudo isso depende e deve ser considerado sobre outras considerações, como os planetas e signos envolvidos, entretanto, hoje encaro o semi-sextil como um aspecto importante que traz tensões no mapa, porque normalmente os planetas envolvidos estão abraçados por signos cujos elementos básicos são incompatíveis.

Aspectos bons, aspectos ruins

Outra questão que vem me parecendo cada vez mais equivocada é essa noção de que há aspectos bons e há aspectos ruins. A “qualidade” de um aspecto depende de muitíssimos fatores, dentre os quais o principal é a própria dinâmica da vida da pessoa. Mas há outro que acho que vale a pena comentar: A qualidade de um aspecto depende muito mais dos Planetas envolvidos do que do aspecto em si.

Por exemplo, um sextil entre Marte e Plutão pode ser algo trágico em termos de rupturas. Uma quadratura entre Vênus e Mercúrio pode ser algo maravilhoso em termos de trazer comunicação aos relacionamentos. Uma oposição entre Marte e Saturno pode ser maravilhosa em termos de segurar um pouco os impulsos da pessoa. Uma conjunção entre Vênus e Júpiter pode fazer da pessoa uma bela duma hedonista.

Astrologia, uma linguagem… abstrata

Como se vê, a astrologia é um campo de conhecimento místico-comportamental incrível. Passou a ganhar alguma atenção em termos de estudos especulativos há pouco mais de 100 anos, por isso ainda oferece muitas possibilidades de reflexões.

De certo ponto de vista, a astrologia é como um idioma. Você só aprende bem depois de certos anos de estudo e prática intensa, e enquanto vai aprendendo, o próprio idioma vai surgindo com novas expressões e formas de entendimento.

Tenho percebido essa flexibilidade do conhecimento astrológico que nos chegou, de ser experimentado, especulado, refletido e sintetizado em formas atuais para se abordar os mapas astrais das pessoas dos nossos tempos.

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Reflexões Astrológicas

Correspondências Astrológicas

Desde criança me interessava por assuntos astrológicos.

Essa classificação ancestral e aparentemente verificável das pessoas, entre 12 arquétipos, popularmente conhecidos como signos, me atraia como o viajante perdido que encontra um mapa, do nada, durante o trajeto.

Encontrar ordem em meio ao caos é sempre um alento.

Além das revistas que minha mãe comprava, e alguns almanaques (era a década de 80/90, gente) onde tive os primeiros contatos com textos astrológicos, lembro de quando ela, minha mãe, ganhou um presente que era uma plaquinha de madeira com as características de seu signo – Libra.

Depois, lembro de ter vindo parar na minha mão a trilogia d’O Mistério dos Signos da Disney. Incrível como estas influências ficam pra sempre em nós.

Com o tempo, em vez desse interesse se desfazer, só aumentou, em especial com a internet, e com algumas pessoas chave com quem convivo, que me mostraram que a astrologia é digna de estudo.

Hoje, talvez um pouco tarde já, conclui meu primeiro curso de astrologia, e comprei uma dezena de livros para me aprofundar no assunto.

Tenho lido esses livros e estudado muito o assunto de forma aprofundada, e como me é natural, surge uma necessidade de catalizar o que aprendi para fixá-lo. Essa catarse sempre me ocorreu através da escrita, e cá estou eu, utilizando este site para fixar alguns conhecimentos, e, ao mesmo tempo, compartilhá-los com quem se interessar, através desta ferramenta magnífica que é a rede mundial de computadores.

Neste que considero meu terceiro quinto texto sobre o assunto, quero abordar algumas visões particulares sobre a interpretação de mapas astrais. Os textos aqui publicados sob este tema não são para leigos, são para estudiosos de astrologia mesmo.

E estas minhas colocações abaixo são especulativas. Não tenho certeza sobre elas, porém têm me ajudado a compreender melhor os mapas que tenho analisado. Se você é estudioso e entende de forma diferente, continue reforçando e aprimorando seu próprio modo de interpretar Mapas Astrais.

Correspondências astrológicas

Casas vazias

Exemplo de Mapa Astral
Exemplo de Mapa Astral

Algo que sempre chama muita atenção nos mapas astrais são as casas astrológicas sem planetas. Dá uma tristeza ver aqueles espaços sem projeção. Costuma-se atribuir a essas casas à regência do signo que está em sua cúspide. É uma possibilidade de interpretação, mas acredito que é possível ser mais objetivo.

Todo astrólogo admite que os focos vibracionais num mapa são os planetas; que os signos onde estão os colorem, e as casas onde estão, situam tais vibrações em áreas práticas da vida. São eles, os planetas, que representam no mapa nossas distintas vibrações pessoais. E são os planetas que regem os assuntos dos signos e das casas. Então se você tem uma casa 3 vazia, por exemplo, a casa da comunicação pessoal entre outros temas, em vez de ficar debruçado tentando mesclar os significados dessa casa e os signos que estão sobre ela, foque em Mercúrio. É este planeta que rege os assuntos da casa 3, bem como da 6, de Gêmeos e de Virgem.

Tem o signo de Capricórnio ou a casa 10 vazios? Será que não alcançará nenhuma projeção profissional? Claro que não. Veja onde está Saturno. Saturno é muito temido na astrologia popular, mas ele é apenas o regente do térreo Capricórnio, e do aéreo Aquário (junto a Urano). Como regente de Capricórnio, Saturno nada mais é do que o representante do modo (signo) e da área prática (casa) da nossa atuação profissional – das áreas da vida nas quais enfrentamos desafios e nos aprimoramos constantemente até chegar ao topo da montanha.

Saturno é visto simploriamente como o planeta do limite, mas acho que essa é uma interpretação muito… limitada (rs). Qualquer planeta mal aspectado pode trazer sérios problemas, porém, se bem aspectado pode trazer grande fluência. Com Saturno não é diferente, ele é na verdade aquilo que levamos a sério, representa os assuntos em que assumimos responsabilidades, isto é, justamente a área profissional da nossa vida.

Você pode contestar: Ah, mas e a casa 6, e a casa 2? Ora, essas casas, através de seus regentes matizados pelo elemento Terra, complementam nossa atuação profissional, afinal, em seu trabalho você usa seu intelecto – Mercúrio – e também se relaciona com as coisas e pessoas – Vênus.

Planetas Regentes

A regência de signos e casas às vezes é equivocadamente passada como se houvesse um fio invisível ligando uma casa ou um signo ao seu planeta regente. Na verdade, não existe.

O que existe é uma projeção de assuntos. Em termos de Astrologia tradicional, Júpiter rege Sagitário e Peixes, e portanto, a casa 9 e 12. Mas não há um fio invisível ligando Júpiter a estes 4 pontos do mapa. O que existe é uma projeção dos assuntos de Júpiter combinados com o elemento Fogo, para Sagitário e sua respectiva casa; e uma projeção dos assuntos jupterianos combinados com o elemento Água, para Peixes e sua casa.

Neste sentido, até entende-se melhor, e aceita-se com mais facilidade as novas regências. Não há problema algum em ter Netuno como regente de Peixes, porque não temos que escolher qual planeta que realmente tem um fio invisível ligado com Peixes, e sim, que os assuntos Netunianos e os assuntos Piscianos “batem”, se correspondem, portanto, um Netuno forte no mapa (fazendo aspectos com planetas pessoais) estará claramente reforçando e direcionando suas vibrações piscianas, por mais que o signo de Peixes ou a casa 12 estejam sem planetas.

A má compreensão do fundamento das regências torna muito confuso interpretar uma casa 12 vazia com base em seu signo de cúspide, ou o signo de Peixes regendo qualquer outra casa vazia. O que se tem é uma salada de vibrações incompreensíveis e intraduzíveis, para o leigo.

Porém, ao se focar no planeta regente, tem-se muito mais clareza sobre o assunto tratado pelo planeta. Porque um resumo possível para a relação entre planeta, signo e casa, poderia afirmar que um planeta, seu signo regido, e sua casa regida, são o mesmíssimo princípio, porém atuando em níveis diferentes. O planeta é o o que, o signo é como, e a casa é onde. Sem o o que, o como e o onde não fazem muito sentido.

O Regente do Ascendente é o Regente do Mapa

Se os signos na cúspide de uma casa são menos importantes do que o planeta que a rege, então como ficam as casas angulares? Como interpretar um Asc em Câncer, por exemplo?

Ora, da mesma forma. Há na Astrologia um segmento da interpretação que se chama Regente do Mapa, que nada mais é do que o regente do Ascendente.

Uma pessoa que tenha Câncer como Ascendente, especialmente se tiver a Casa 1 vazia, deve primordialmente analisar onde está sua Lua – regente de Câncer – para compreender aprofundadamente seu regente.

O regente do signo Ascendente da pessoa acaba se tornando tão importante quanto os outros dois luminares, Sol e Lua. Se a pessoa tem Ascendente em Câncer ou Leão, cujos regentes são, respectivamente, Lua e Sol, então este luminar que rege o Ascendente torna-se ainda mais fundamental para ela.

Compensações e equivalências vibracionais

Há outra situação que se repete muito nos mapas. Eu chamaria de compensações ou equivalências vibracionais.

Há aspectos astrológicos diferentes que espelham comportamentos semelhantes nas pessoas. Por exemplo, uma tem sol em Leão e Mercúrio em Virgem. A outra tem sol em Virgem com Mercúrio em Leão. Evidentemente as sutilezas e outros detalhes do mapa podem diferenciar bastante estas duas pessoas, porém o resultado final, considerando alguma paridade entre esses dois mapas, é o mesmo: Uma expressão pessoal intensa matizada por certo detalhismo.

Outro exemplo de equivalência que leva a resultados semelhantes: Lua Quad Saturno, Lua Opos Saturno, Lua em Capricórnio, Saturno em Câncer. São configurações que demonstram uma tensão entre vibrações distintas, no caso, as lunares e saturnianas. Podem revelar (aqui dito de forma bem simplificada, para fins de entendimento) uma necessidade de se estruturar ou disciplinar as próprias emoções, quando Saturno estiver mais forte que a Lua, ou de se relaxar a rigidez emocional, caso a Lua esteja em melhor condições. O fato é que qualquer contato entre Lua e Saturno sugere a necessidade de se alcançar equilíbrio emocional.

Conclusão

Após aprofundar meus estudos em Astrologia, me vejo recorrentemente perdido e confuso em meio a infinidade de nuances possíveis sobre a infinidade de posições astrológicas possíveis.

Focar a análise do Mapa Astral nos Planetas torna a tarefa mais objetiva e simples, porque concentra os esforços justamente no que é importante. Uma casa vazia na verdade é irrelevante, porque todas as vibrações que dizem respeito a ela estão focalizadas em seu regente natural, e a posição dele no mapa.

 

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Reflexões Astrológicas

A importância da Solidão em nosso Autodesenvolvimento

Reproduzo abaixo trecho do livro Como fazer os Deuses trabalharem para você, de Caroline Casey.

É um livro sobre a relação entre o conhecimento astrológico e nosso aspecto psíquico, e, neste trecho, trata da solidão como uma circunstância necessária para nossa evolução espiritual.

“O sacrifício iniciático por definição é uma experiência solitária que nos leva à auto-reflexão. A solidão, atividade sacramental de Saturno é o portal para o reino mágico onde mora um poder maior que o nosso. Muitas vezes, quando estamos sozinhos, nos sentimos mais conectados com tudo. O tempo que passamos a sós permite que analisemos nossa vida, a fim de alinhar os deuses interiores com os exteriores do cosmos, para nos desembaraçarmos dos fantasmas das distrações tentadoras.

Sem reflexão, nós nos tornamos tão vulneráveis ao desequilíbrio como se fôssemos privados do sono. A resultante falta de clareza é o que inconscientemente nos predispõe a empregar outras pessoas para representar partes da nossa vida. Como Carl Jung disse, “A experiência mais elevada, mais decisiva é ficar a sós com nosso próprio self. Você tem de ficar sozinho para descobrir o que irá apoiá-lo quando você não puder mais se sustentar (em outras coisas ou pessoas). Somente essa experiência pode lhe dar uma base indestrutível”.

Melhor do que nos ajudar a rechaçar a solidão, Saturno nos estimula a abraçá-la. Vivemos numa cultura contrária à reflexão, em que muito do que passa por passatempo é meramente uma fuga do medo de ficar sozinho. Nós manufaturamos o “pandemônio”, que originalmente significava “fazer um monte de barulho”, a fim de afastar as partes aterradoras da nossa psique, os nossos demônios. Mas fugir não vai curar a nossa solidão. A solidão é a cura para a solidão; semelhante cura semelhante.

Saturno ensina que o sacrifício iniciático de passar pelo medo, precede o autocontrole. As tradições espirituais de muitas culturas requerem um tempo de árdua solidão como condição prévia para obter o autoconhecimento […]”

Sobre este último parágrafo, um exemplo bem evidente e conhecido é o período no qual Jesus passou vários dias no deserto, enfrentando seus demônios interiores.